Fetiche?

CONTOS ERÓTICOS

Danie Vaz

11/29/20247 min read

Amigo: Pode sentar, fique à vontade. Que bom que veio me visitar, meu amigo.

Demétrio: Obrigado! Precisei de um tempo. Pensei bastante antes de vim te pedir um conselho.

Amigo: O que houve, fale tudo. Quer um café? Um chá?

Demétrio: Não, obrigado! Nunca conversamos sobre isso, mas ultimamente tenho sentido a necessidade de falar com alguém.

Amigo: Fique à vontade pra falar o que quiser. Você sabe que entre nós não há tabus.

Demétrio: Bom…é…como começo? Bom…enfim…na adolescência eu era muito, muito safado. Passava horas no banheiro me masturbando. Aproveitava que meus pais não ficavam em casa à tarde. Chegava da escola, almoçava e ia direto pro banheiro do meu quarto, era o quarto mais afastado…tinha uma moça que trabalhava lá, mas ela só ficava na cozinha ou na sala. Eu colocava uma música, trancava a porta, pegava uma daquelas revistas de nu da época e mandava brasa. Tocava uma, duas vezes, jogava videogame, depois voltava pro banheiro e tocava mais algumas vezes. Eu era insaciável.

Amigo: Como muitos adolescentes. Eu também era um punheteiro. Mas continue.

Demétrio: Sim, até aí é comum sim. Mas aquilo foi ficando entediante pra mim. As revistas, que eu conseguia com um amigo mais velho, já não me excitavam da mesma forma. Tentei pensar em alguns conhecidos. Cheguei a tocar pensando em um professor. Até num amigo, muito amigo mesmo, eu pensei. Achei que pudesse, pela adrenalina de ser entre aspas proibido, me excitar. Só que não estava adiantando e eu comecei a meio que perder a libido. Saca?

Amigo: Saco! Continue, continue.

Demétrio: Então… um dia a moça que trabalhava lá em casa, na época era a Dodô, fez uma torta de baunilha que estava uma delícia. Era uma torta linda, com morango e um creme…nossa, esse creme era divino. Eu levei pro quarto um segundo pedaço, já tinha comido um após o almoço. Deixei em cima de uma cadeira, liguei o som e fui pro banheiro. Abri uma revista e tentei, juro que tentei, tocar só olhando aqueles corpos esculturais dos artistas. Mas não achava mais graça. Meio triste, comecei a lembrar da torta, só que ao invés de desistir de tocar uma e ir comer a torta eu comecei a pensar como ela estava deliciosa, pensei naquele creme gostoso e me veio uma ideia louca. Ai, não sei se falo…

Amigo: Somos amigos há anos, Demétrio. Seu segredo está seguro comigo. Você sabe.

Demétrio: Tá, tá bom. Continuando… eu fiquei excitado ao pensar naquele creme, levantei do vaso e fui buscar o bolo. Meu coração acelerou, eu fiquei num misto de ansiedade e animação. Olhando praquela torta eu fiquei com o pau latejando, ele estava extremamente duro. Então eu enfiei meu pau na torta e depois, com o pau lambuzado de creme comecei a tocar. Eu senti um prazer que nunca tinha sentido e gozei como um chafariz de porra. Essa foi a primeira vez, mas não foi a única.

Amigo: Não foi?

Demétrio: Não, eu pedia pra Dodô fazer sempre aquela torta e todas as vezes que ela fazia eu enfiava meu pau nela. Na torta, no caso. Ah, você entendeu. Então… só que eu lia muito e comecei a ler umas coisas sobre bactérias, fungos, Infecções.. comecei a ter umas coceiras e parei. Fiquei com medo.

Amigo: E por que essa experiência da adolescência te preocupa hoje em dia? Eu mesmo tive muitas, você até sabe de algumas. São vivências, meu amigo. Fazem parte de nossa história.

Demétrio: Porque eu não parei ali.

Amigo: Não?

Demétrio: Não! Eu comecei a sentir falta de ter uma emoção como aquela. E aí eu comecei a namorar. Eu já tinha 18, esse meu namorado estava com 19 anos. Ele me excitava, era gostoso transar com ele, mas eu sempre tinha a sensação de que faltava algo. A gente transava na casa de uma tia dele que dormia no trabalho de segunda a sexta. Nós já estávamos há uns 8 meses juntos. Numa sexta-feira à tarde, fomos pra casa da tia dele depois da aula. Entramos na casa, trancamos a porta e começamos a nos beijar ali mesmo na sala. Eu tirei a camisa, ele tirou a calça, eu tirei a minha calça também, ele disse pra irmos pro quarto e eu disse que iria pegar um copo d'água. Quando abri a geladeira pra pegar água, a primeira coisa que eu vi foi um pepino. Era um senhor pepino. Um pepinão. Na hora me veio à cabeça um pensamento sórdido. Mas peguei a água, fechei a geladeira e fui com a garrafa e um copo para o quarto. Bebi a água, tirei o resto da roupa, ele já estava totalmente nu e duro, beijei ele e…ai, não gosto nem de lembrar.

Amigo: O que aconteceu? Diga! O que aconteceu?

Demétrio: Eu brochei. Que vergonha! Meu pau adormeceu. Fiquei mole, mole. Foi um momento muito delicado.

Imagem | Divulgação

Amigo: Isso é mais comum do que parece, Demétrio! Vou pegar algo pra comermos. Mas continue.

Demétrio: Sim, pode ser comum! Porém o que aconteceu depois talvez não seja tão comum. Eu não parei de pensar naquele pepino. Enquanto eu pedia desculpas e meu namorado dizia frases do tipo “relaxa, acontece”, “eu te amo, não se preocupe”, eu só pensava no pepinão que estava na geladeira. Olhei nos olhos dele e num ímpeto eu disse “quero fazer uma coisa”. Ele perguntou o que eu queria e eu naquele momento estava tomado de coragem. Levantei e disse para ele esperar um pouco, peguei o pepino na geladeira e levei para o quarto. Cheguei próximo do ouvido dele e disse pausadamente “EN-FIA-EM-MIM”. Ele soltou uma semi-risada e disse “Sério?”. Eu peguei o pepino, coloquei a camisinha, dei na mão dele, deitei e abri as pernas de frango assado. Olhei nos olhos dele e disse “Me come gostoso com esse pepino”. Ele ficou me olhando por alguns segundos, cuspiu na mão, foi lubrificando a porta. Você entendeu, né? O buraco. E quando estava bem molhado ele meteu o pepino em mim. Na mesma hora o meu pau virou um tronco de árvore. Eu comecei a gemer de prazer e, confesso, de um pouco de dor. Mas eu estava gostando muito daquilo. E não parou por aí.

Amigo: Não?

Demétrio: Depois daquele dia o meu namorado da época ficou me evitando e acabou que saímos da escola e não nos vimos mais. Na faculdade eu conheci outro rapaz. Tínhamos um trê-lê-lê, não era um namoro. Mas nossas transas eram uma delícia. Ele cozinhava muito bem. E sempre fazia ótimas refeições nos nossos encontros. No começo comíamos e transávamos. Depois começamos a transar enquanto comíamos. Ele me comia e eu ao mesmo tempo, comia uma coxinha de galinha. Eu metia o pau nele enquanto ele comia um baita sanduba com suco de maracujá. Um dia eu cheguei no quarto dele e ele estava deitado na mesa coberto de chocolate e morango. Nossa, esse dia foi incrível. Uma vez nós gozamos comendo uvas. E vou confessar uma coisa.

Amigo: Mais uma? (Bebe um copo d'água, entrega outro para o Demétrio e coloca chocolates em cima da mesa)

Demétrio: Eu tomei a porra dele com cachaça. Ah, agora que já disse tanta coisa, uma putaria a mais uma a menos não fará diferença.

Amigo: Você sabe que pode falar o que quiser pra mim. O que você sente quando fala sobre isso?

Demétrio: Eu sinto prazer e vergonha. Depois desse carinha da faculdade, que foi morar na Europa, eu tentei sugerir para outros carinhas coisas parecidas, mas a maioria não topava. Um até topou chupar meus peitos com chantilly. Só que quando eu pedi que enfiasse uma banana na minha boca enquanto me comia ele gargalhou e eu perdi a vontade de transar. Depois desse dia eu tentei manter o sexo básico com os caras que eu conheço, mas… eu… (respira fundo) tô sentindo muita falta. Não que eu tenha abandonado a prática. Às vezes eu masturbo vendo programa de culinária. Gosto de passar manteiga nos meus peitos e passar o pão neles de vez em quando. Um dia eu fiz uma batida de manga e coloquei minha própria porra. Bebi tudo sozinho. Mas sinto muita falta de compartilhar isso com alguém. (Respira fundo) Eu quero saber. Me fala, por favor, pode falar a verdade. É apenas um fetiche ou eu enlouqueci?

Amigo: Demétrio, bom… ouvindo você falar isso tudo… eu acho… não sou especialista, acho que você precisa procurar um, mas eu… (o telefone toca). Um minuto.
“Oi, pode falar. Meu Deus, eu esqueci. Já já tô aí. Ok! Tá bom! Beijos!”
Querido, preciso sair. Esqueci de um compromisso. Mas que tal se você voltar amanhã? Eu quero muito continuar essa conversa.

Demétrio: Ah, ok! (Respira fundo) Tudo bem! (Olha para a mesa entre ele e o amigo. Olha nos olhos do amigo, após alguns segundos surge um clima, silêncio e olhares fixos. Demétrio ainda olhando nos olhos do amigo, com voz suave diz) Posso pegar um chocolate?